Nas lagoas e ribeiras da Região encontram-se várias espécies de vegetação aquática macroscópica. Em ecossistemas aquáticos pouco alterados, onde a qualidade da água é boa, predominam espécies de macrófitos nativas, podendo encontrar-se alguns endemismos. Nesses ecossistemas, os macrófitos contribuem para o seu equilíbrio, consolidando as margens, “filtrando as águas” consumindo nutrientes, servindo ainda de abrigo a outras espécies ou de lugar de desova.
Na lagoa das Furnas, lagoa eutrofizada, com excesso de nutrientes na massa de água, os macrófitos dominantes, principalmente a Egeria densa, vulgarmente denominada de erva-pinheirinha, obtiveram as condições ideais para proliferarem de forma exponencial, ocupando a quase totalidade de certas zonas de margem submersas. Nestas zonas, o seu elevado crescimento impede a presença de espécies nativas e permite a acumulação de resíduos, como é o caso da massa algal morta resultante da ocorrência de blooms.
A morte e deposição dessa vegetação aquática nos leitos constitui matéria orgânica que, não sendo removida, irá contribuir para o aumento de nutrientes na massa de água disponíveis para a proliferação das microalgas e consequentemente, para o estado de eutrofização da lagoa. Assim, torna-se fundamental a remoção de macrófitos e a limpeza das margens da lagoa das Furnas de forma periódica. As zonas mais degradadas alvo de intervenção são a norte (zona das caldeiras), poente e sudoeste.
Assim, ao longo dos últimos dias, procedeu-se à remoção de vegetação morta e fragmentos arrancados por ventos fortes. Foram utilizados métodos de remoção manuais, que minimizaram a destabilização dos leitos nas zonas de intervenção mas que, requereram um esforço acrescido por parte dos serviços operativos da direção de serviços dos Recursos Hídricos. O material removido é depositado em terrenos do parque integrado das Furnas, sendo matéria orgânica para enriquecimento dos solos desses terrenos que não drenam para a lagoa. Este trabalho é efectuado sempre que se mostre necessário.