O Plano de Ordenamento da Bacia Hidrográfica da Lagoa das Furnas, aprovado pelo Decreto Regulamentar Regional n.º 2/2005/A, de 15 de Fevereiro, considera como um dos seus objectivos centrais o controlo do processo de eutrofização da Lagoa das Furnas, que tem vindo a pôr em risco a sustentabilidade do ecossistema aquático existente, assim como o usufruto lúdico e balnear da lagoa. Deste modo, as acções de redução de cargas afluentes à lagoa tornam-se prioritárias de modo a diminuir a entrada de nutrientes na massa de água que, quando em excesso, provocam o aumento dos produtores (fitoplâncton e macrófitas) e o desequilíbrio da cadeia trófica da lagoa.
Nos termos das competências da direcção de serviços dos Recursos Hídricos, nomeadamente de conservação dos recursos hídricos regionais do ponto de vista da quantidade e da qualidade, na vertente física, química e ecológica; e de promoção e acompanhamento de medidas de requalificação ambiental no âmbito do domínio hídrico, estes serviços têm desenvolvido projectos de intervenção nas linhas de água afluentes às maiores lagoas da Região. As bacias de retenção de caudal sólido, feitas com matérias-primas regionais, enquadradas na paisagem, são barreiras físicas nos leitos das ribeiras, que têm como função a redução da velocidade de escoamento das linhas de água e do volume de material sólido afluente às lagoas. Estas acções de correcção do regime torrencial permitem também uma maior infiltração de água para alimentação das massas de água subterrâneas e uma menor degradação dos leitos e margens do domínio hídrico.
Na bacia hidrográfica da Ribeira do Salto do Rosal alguns terrenos foram, em tempos, transformados em pastos, o que os tornou facilmente erodíreis, verificando-se um significativo volume de sedimentos arrastados para a linha de água nos períodos de chuva.
Há cerca de nove anos que os serviços operativos da direcção de serviços dos Recursos Hídricos iniciaram a construção de bacias de retenção na Ribeira do Salto do Rosal e procedem à remoção dos sedimentos que se acumulam nessas oito bacias de retenção, de forma regular, no período menos chuvoso do ano, de Abril/Maio a Setembro/Outubro. O material removido, cerca de 20 mil m3 por ano, têm sido aproveitado, nos últimos anos, pela entidade gestora do Parque Integrado das Furnas para regularizar desníveis ou enriquecer terrenos incultos.