"O futuro da inovação e pesquisa no Mar não pode prescindir de um forte compromisso, também financeiro, por parte da União Europeia, nem pode prescindir do exemplo de pioneirismo e do contributo decisivo da acção de regiões marítimas, em particular das Regiões Ultraperiféricas, como os Açores" defendeu hoje, em Bruxelas, o Director Regional dos Assuntos do Mar.
Frederico Cardigos falava num seminário que decorreu no Parlamento Europeu, intitulado "Crescimento Azul: o futuro da investigação marinha e marítima na Europa", organizado pela Conferência das Regiões Periféricas Marítimas (CRPM), em parceria com os institutos de investigação IFREMER e IDK e com as Regiões dos Açores, Pays de La Loire e Schleswig-Holstein.
Na ocasião, e na presença da Comissária Europeia para os Assuntos do Mar e Pescas, Maria Damanaki, o Director Regional dos Assuntos do Mar fez uma exposição sobre a actuação da Região Autónoma dos Açores em áreas como o acesso a novos recursos, a diversificação económica marítima, a investigação científica e a inovação legislativa, entre outros acrescentando que "os Açores estão, assim, na vanguarda da inovação e pesquisa do Mar".
Para além dos Açores, participaram neste Seminário membros do Parlamento Europeu, representantes de diversos Estados e Regiões, diversos Institutos de Investigação da Europa e a própria Comissária Maria Damanaki. “Crescimento Azul” é uma expressão utilizada pela Comissão Europeia para definir o investimento reprodutivo e inovador nos oceanos que aliem a indústria e a investigação, num contexto de desenvolvimento sustentável.
Outros elementos defendidos durante a exposição e discussão relacionaram-se com a oportunidade que as regiões marítimas representam para a Europa, mas também as limitações que têm de ser ultrapassadas, como sejam a burocracia existente no acesso aos fundos. Foi também salientado que o relacionamento entre a Europa e as Regiões se deve basear numa parceria política forte, consolidada pela confiança. Por outro lado, foi também defendido que qualquer investimento nas Regiões Marítimas deve ser sustentável, inclusivo e equitativo, garantindo uma verdadeira partilha dos benefícios pelos agentes locais. "Há que garantir o acesso aos recursos das Regiões Marítimas da Europa aos interessados elegíveis, mas esse acesso tem de ser sustentável, inclusivo e com repartição equitativa dos benefícios pelos agentes locais." defendeu, a terminar, o director regional dos Assuntos do Mar do Governo dos Açores.