O Secretário Regional da Agricultura e Florestas defendeu hoje, em Lisboa, que a tecnologia deve ser cada vez mais encarada como um importante aliado para o desenvolvimento do setor agrícola, possibilitando novos modelos de negócio, muito mais eficientes e sustentáveis.

“Num mundo em permanente mudança e transformação, onde as necessidades alimentares não param de crescer, torna-se importante aproveitar melhor as novas tecnologias, colocando-as também ao serviço do setor agrícola”, afirmou João Ponte, que falava à margem da apresentação do primeiro HUB Digital para a Agricultura em Portugal, na sede da CONFAGRI - Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal.

João Ponte destacou o exemplo concreto do setor leiteiro, onde tecnologias como os 'softwares' de gestão de efetivos, os sistemas de monotorização, a videovigilância, os pedómetros para deteção de cios, os alimentadores automáticos com doseadores individuais de ração, as cortinas de separação e os controladores do processo de ordenha, entre outros, são exemplos de como a tecnologia está ao serviço dos agricultores, ajudando-os no trabalho quotidiano e contribuindo para a redução de custos nas explorações agrícolas.

“No caso particular dos 'softwares' de gestão de efetivos apresentam já alguma expressão. Nas explorações leiteiras existem intervenções diárias, repetitivas e cíclicas que forçosamente carecem de registos. Grande parte das explorações ainda possui esta informação registada em papel, no entanto, é cada vez mais frequente, principalmente nas explorações com empresários mais jovens, encontrar estes sistemas informáticos, permitindo a emissão de alertas automáticos, o tratamento de grande volume de dados e uma análise mais criteriosa da informação disponível”, frisou.

O titular da pasta da Agricultura salientou ainda que, no setor hortícola, em especial nas culturas hidropónicas, em que a produção vegetal é feita em ambientes controlados, “cada vez mais há recurso a tecnologia de ponta”. 

Nos Açores, uma das regiões do país onde a média etária dos agricultores é mais baixa, João Ponte disse ser essencial que os jovens agricultores, muito mais familiarizados com as novas tecnologias, consigam tirar maior proveito das novas ferramentas disponíveis para elevar os padrões de qualidade das produções e a rentabilidade das explorações, criando, assim, modelos de negócio mais robustos.

“É claro que a tecnologia, por si só, não faz tudo, mas pode e deve ser encarada, cada vez mais, como um grande aliado do agricultor”, disse João Ponte, acrescentando que os Programas de Desenvolvimento Rural da Região Autónoma dos Açores têm permitido aos agricultores o acesso aos fundos comunitários e, consequentemente, a modernização das suas explorações.

Os serviços da Secretaria Regional da Agricultura e Florestas também têm como grande desafio apostar mais nas novas tecnologias, para tornar mais ágeis e ainda mais eficazes, por exemplo, os processos de candidaturas ou a comunicação com os produtores.

“Embora o setor agrícola nos Açores já tenha começado a recorrer às novas tecnologias nos processos produtivos e na gestão da cadeia de valor, importa prosseguir este caminho, até porque esta área terá uma importância vital nas próximas décadas”, defendeu João Ponte, acrescentando que o conhecimento e a informação são atualmente ferramentas essenciais para se alcançar o sucesso.