O Diretor Regional do Desenvolvimento Rural afirmou hoje, na Praia da Vitória, que a agricultura, um dos principais pilares da economia dos Açores, tem um grande potencial para atrair novos investidores.
Fernando Sousa salientou que a qualidade das produções agrícolas, a sua notoriedade, a aceitação dos produtos pelos consumidores, o bem-estar animal e a sanidade são pontos fortes que potenciam o crescimento do setor agrícola, oportunidades de negócio e o surgimento de novos investidores.
O Diretor Regional falava no I Encontro Intercalar de Investidores da Diáspora, que reúne na ilha Terceira mais de uma centena de participantes oriundos de 11 países.
A vinha constitui, para o Governo dos Açores, um caso paradigmático de sucesso, tanto nas áreas da transformação e recuperação, como pelo número de investidores e jovens qualificados que se têm dedicado ao vinho.
“Entre 2009 e 2017 já foram feitos investimentos de 20 milhões de euros neste setor, uma grande maioria na ilha do Pico”, afirmou Fernando Sousa, acrescentando que, “até ao final deste ano, a Região deverá ter 1.000 hectares de área apta à produção de vinho certificado”.
A fileira da madeira também se tem revelado muito atrativa, tendo o Diretor Regional referido que a criptoméria dos Açores tem a certificação internacional Forest Stewardship Council (FSC), o que garante o respeito pela sustentabilidade e se adequa às novas tendências do mercado.
Fernando Sousa destacou ainda o grande potencial de crescimento que apresenta o setor da carne, sobretudo ao nível da desmancha e embalamento, ou seja, produtos de quarta gama que deixem ficar na Região mais valias económicas.
“A expedição de gado bovino abatido nos Açores registou um crescimento, nos últimos 10 anos, de 99%, tendo atingido oito mil toneladas em 2017”, afirmou, recordando que tem sido feito um grande investimento público ao nível da rede regional de abate para proporcionar mais e melhores condições ao setor.
Para Fernando Sousa, o leite, cuja produção atingiu 610 milhões de litros em 2017, tem grande margem para o surgimento de novos investimentos na transformação.
“Há uma crescente valorização das produções tradicionais e existe espaço e condições para novas queijarias”, salientou, apontando os casos da Queijaria Furnense, em São Miguel, e da queijaria O Morro, no Faial, esta última reconhecida em Nova Iorque por uma revista da especialidade.
Na sua intervenção, Fernando Sousa abordou ainda os apoios disponíveis no PRORURAL+, considerando que tem sido um instrumento muito importante para apoiar novos investimentos no setor.
O Diretor Regional referiu que, no âmbito da medida do PRORURAL+ dedicada à cooperação e à inovação, já existe alguma procura para promover investimentos nestas áreas, dando como exemplo o caso de um investidor que está nos EUA e que apresentou um projeto de investimento para a inovação no âmbito dos produtos lácteos.