O Presidente do Governo dos Açores afirmou hoje que os protocolos assinados com empresários angolanos na área da agropecuária e da produção de leite, além de darem uma “nova vitalidade” a uma relação que já existiu entre os Açores e Angola, representam uma valorização dos produtos e conhecimentos açorianos, numa perspetiva do potencial de exportação da Região.
“Este é um exemplo de valorização do que é nosso, ou seja, aquilo que fazemos com este protocolo é pegar em algo dos Açores e transformá-lo numa oportunidade de cooperação, numa oportunidade de exportação, não apenas de bens, mas de exportação de serviços e de conhecimento”, afirmou Vasco Cordeiro, na cerimónia que decorreu no Palácio de Santana, em Ponta Delgada.
Nesta ocasião, foi assinado um protocolo entre o Governo dos Açores, através da Secretaria Regional dos Recursos Naturais, e o Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e Médias Empresas de Angola, tendo em vista o apoio à formação específica para a produção de bovinos de leite no Planalto do Uíge, e um protocolo entre a Federação Agrícola dos Açores e a empresa Agripekus, nas áreas do apoio ao melhoramento genético e maneio animal.
Para Vasco Cordeiro, trata-se, assim, de “partilhar o conhecimento” açoriano com duas entidades angolanas, tendo em vista “realizar o potencial que a província do Uíge tem para a produção leiteira”.
“Nós temos que olhar para dentro, para aquilo que temos, para aquilo que sabemos fazer e transformar este potencial num potencial exportador, num potencial de valorização da nossa região”, frisou, recordando que um dos compromissos eleitorais que assumiu há cerca de um ano passa pela necessidade de “procurarmos outras áreas de valorização do rendimento dos nossos agricultores”.
Na sua intervenção, o Presidente do Executivo salientou ainda que a assinatura destes protocolos representa também um “resgate da História”, frisando que esta cooperação permitirá “dar um novo vigor, uma nova vitalidade a uma relação que em tempos já existiu entre os Açores e Angola, exatamente nesta área da produção leiteira, e que se traduzia no facto de muitos dos agricultores que produziam leite em Angola serem naturais dos Açores”.
Vasco Cordeiro destacou ainda que esta cooperação com Angola demonstra a importância da agricultura açoriana, salientando que os agricultores e as suas instituições representativas “estão em condições de serem parceiros de outras entidades, exteriores à Região, no sentido de colaborarem na formação profissional, partilharem o conhecimento e a forma de fazer que tão bons resultados tem dado na nossa Região e que tanto tem contribuído para o seu desenvolvimento”.
A concluir, o Presidente do Governo manifestou o desejo de que seja possível, dentro de algum tempo, fazer um balanço da cooperação agora iniciada com a assinatura destes protocolos no que se refere, não apenas à execução das ações que eles estabelecem, mas principalmente no que se refere ao aproveitamento do potencial da produção leiteira na província angolana do Uíge.