O Presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro,
manifestou hoje profundo pesar pelo falecimento de Artur da Cunha Oliveira,
salientando o seu “profundo carácter humanista que sempre norteou a sua ação
intelectual, cívica e política”.
“Nas várias funções públicas que desempenhou, seja como
professor no Seminário Episcopal de Angra, como escritor de numerosas obras,
como jornalista ou como deputado ao Parlamento Europeu, entre outras, Artur da
Cunha Oliveira nunca prescindiu da sua liberdade de pensar os Açores, numa
perspetiva humanista e de inquietação social”, afirmou Vasco Cordeiro.
Segundo o Presidente do Governo, este seu “contributo para o
pensamento livre, conjugado como uma disponibilidade para o exercício de
funções cívicas e culturais, nomeadamente, no Instituto Açoriano de Cultura,
foi, aliás, merecedor do justo reconhecimento da Região Autónoma dos Açores”,
com a atribuição, em 2010, da Insígnia Autonómica de Reconhecimento.
“O desaparecimento do Dr. Cunha Oliveira é uma grande perda
para todos aqueles que prezam a liberdade de pensamento e de ação”, afirmou
Vasco Cordeiro, recordando o seu percurso como professor no Seminário Episcopal
de Angra, de diretor do jornal “A União”, e de cofundador do Instituto Açoriano
de Cultura, de cujas Semanas de Estudo dos Açores foi secretário permanente.
Da sua longa carreira destaca-se, também, a presidência da
Comissão Administrativa da Junta Geral do Distrito Autónomo de Angra do
Heroísmo. Durante este mandato, organizou a realização, em Angra, da I Reunião
Insular e chefiou a delegação dos Presidentes Administrativos das Juntas Gerais
do Distrito dos Açores que foi negociar a Lisboa, em junho de 1975, a criação
da Junta Governativa dos Açores.
Era licenciado em Teologia pela Pontifícia Universidade
Gregoriana e em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma.