O Diretor Regional da Ciência e Tecnologia lançou um desafio à Universidade dos Açores e ao setor empresarial para se “organizarem no sentido de desenvolver a criação de ‘clusters’ nas áreas da Estratégia de Investigação e Inovação para a Especialização Inteligente dos Açores, a RIS3”, nomeadamente Mar e Pescas, Agricultura, Pecuária e Agroindústria e Turismo.

Bruno Pacheco, que falava, em Ponta Delgada, na abertura do workshop ‘Clustering’, promovido pela Câmara de Comércio e Indústria dos Açores, salientou que a grande forma de “criar valor acrescentado” nas três áreas da RIS3 passa, precisamente, por “associar a dinâmica do setor empresarial ao conhecimento de base científica ancorado à Universidade dos Açores”.

A criação de 'clusters', ou seja, de grupos de agentes económicos dos mesmos setores, “é fundamental para o desenvolvimento dos Açores”, defendeu.

O Diretor Regional, na sua intervenção, reforçou que, no âmbito desta dinâmica, o Governo dos Açores “está disponível para, juntamente com as entidades gestoras dos futuros ‘clusters’, definir mecanismos para o seu desenvolvimento e aproveitar o ‘know how’ para melhorar as políticas públicas” nestas matérias.

Para Bruno Pacheco, “a própria implementação da RIS3 Açores não estará completa sem a criação de ‘clusters’”, salientando que são eles que vão permitir, por um lado, “um exercício de reflexão crítica sobre a própria estratégia e, por outro, apontar outros caminhos quer para a RIS3, quer para outras políticas”.

O Diretor Regional defendeu ainda que “a promoção da cultura de parcerias entre os setores público e privado contribui para a consolidação dos processos de internacionalização, como o que acontece no âmbito da região da Macaronésia”.

“É necessário que haja colaboração para que haja uma maior penetração das empresas dos Açores noutros mercados”, disse.

Bruno Pacheco assegurou que “os Açores já reúnem as condições para que possam surgir, num curto espaço de tempo, os 'clusters' associados às áreas da RIS3”, frisando que, “neste momento, decorrem um conjunto de projetos que, de forma direta e indireta, concorrem para este objetivo”, nomeadamente os projetos AZTourism, SmartBlue ou o RIS3NET.

Neste sentido, defendeu que, existindo já na Região os estudos e projetos para a produção de ferramentas para a criação de ‘clusters’, “cabe agora à sociedade açoriana, nomeadamente empresas, câmaras do comércio e indústria, Universidade dos Açores e entidades do setor cooperativo, “alavancar o surgimento de ‘clusters’”.

O workshop ‘Clustering’, que decorreu no âmbito de um projeto com o mesmo nome, financiado pelo PCT MAC, e que abrange Açores, Madeira e Canárias, teve como objetivo incentivar a constituição e o desenvolvimento de ‘clusters’ nas regiões da Macaronésia, bem como promover o aparecimento de novos ‘players’ na economia açoriana.

O projeto ‘Clustering’ enquadra-se na RIS3 e tem como principal objetivo melhorar a cooperação entre ‘clusters’ e a internacionalização e inovação das pequenas e médias empresas sediadas na Macaronésia.

No âmbito deste projeto, a Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada escolheu a produção de ananás e o turismo no Vale das Furnas como áreas de oportunidade para desenvolver e implementar políticas de ‘clusterização’ que agreguem os atuais agentes económicos, fomentem a cooperação entre empresas e incentivem uma maior proximidade entre os centros de conhecimento e o setor empresarial.