O Secretário Regional da Agricultura e Florestas destacou hoje, no Faial, a capacidade empreendedora que, tanto os produtores de leite como os empresários agroindustriais, têm manifestado ao longo dos anos, respondendo sempre com muita coragem e ousadia, de forma resiliente e determinada aos desafios.
“Apesar das adversidades, a verdade é que os desafios sempre foram ultrapassados com muito trabalho, determinação e resiliência, fruto da união e parceria entre a produção, a transformação e o Governo Regional”, afirmou João Ponte, acrescentando que a produção leiteira açoriana representa atualmente 35% do leite nacional e mais de 50% do queijo que se produz no país.
João Ponte reconheceu o esforço que as indústrias têm dado para reforçar a transformação do leite recolhido em produtos de valor acrescentado, bem como para aumentar a notoriedade do queijo e da manteiga, mas considerou que importa ir mais além.
"Apesar de, na Região, a produção de leite UHT representar 23% do leite recolhido, e de no território continental representar 47%, temos que prosseguir o esforço para valorizar melhor as nossas produções", frisou.
O governante, que falava à margem da visita à CALF - Cooperativa Agrícola de Lacticínios do Faial, no âmbito da visita do Governo a esta ilha, salientou que o setor do leite continua a ter uma grande importância económica, sendo que, só na ilha do Faial, somando a receita total da produção às ajudas do POSEI e do PRORURAL+, estão em causa mais de seis milhões de euros.
“O Governo dos Açores vai continuar a apoiar a CALF pela importância que esta tem para o desenvolvimento da economia local do Faial, na manutenção de empregos diretos e indiretos, em potenciar a capacidade de exportação, na criação de valor e de riqueza”, disse João Ponte.
O governante referiu ainda que será concluído este ano o Plano Estratégico do Setor dos Laticínios dos Açores, um documento estruturante que está orientado para a identificação de novos mercados, para a inovação e para a internacionalização dos lacticínios produzidos no arquipélago e que visa dar ferramentas à indústria para antecipar as novas tendências de consumo e identificar novos mercados, por forma a poder valorizar melhor as suas produções e melhorar a competitividade desta fileira, assegurando melhores rendimentos aos produtores.
O Secretário Regional da Agricultura e Florestas lamentou ainda as afirmações do responsável pelo setor agrícola do PSD/Açores, segundo as quais as políticas agrícolas quase que “obrigaram” a produzir o que os agricultores não queriam e que os problemas do setor nunca foram tratados de forma transparente com os produtores, ou com os dirigentes, e na presença de agricultores.
“Importa que fique claro que o Governo Regional nunca obrigou nenhum agricultor a produzir o que quer que fosse, o que tem feito é disponibilizar instrumentos técnicos e financeiros que potenciam o desenvolvimento da agricultura, seja no setor do leite, da carne ou da diversificação agrícola, possibilitando que depois cada agricultor escolha livremente a área onde quer investir e trabalhar”, afirmou o titular da pasta da Agricultura.
João Ponte frisou que, na atual legislatura, todos os parceiros do setor agrícola e os próprios agricultores têm sido ouvidos em diferentes momentos, contribuindo para ajustar as políticas governativas, como foi o caso das sessões e debates sobre o futuro da Política Agrícola Comum pós 2020 ou da apresentação das alterações ao POSEI.