O Secretário Regional da Educação e Cultura afirmou hoje, em Angra do Heroísmo, que o objetivo da nova legislação regional na área da museologia, publicada em Jornal Oficial, pretende promover uma “atuação em rede”, à luz daquilo que internacionalmente se defende desde finais do século XX.
Avelino Meneses adiantou que, em concreto, cria-se agora a Rede de Museu e Coleções Visitáveis dos Açores, constituindo estas coleções uma realidade museológica “nova em Portugal”, mas já reconhecida em diversos países europeus.
“Na sua lógica de atuação, a Rede respeita a idiossincrasia de cada de cada uma das instituições, enquanto estimula a cooperação entre todas elas”, frisou Avelino Meneses, que falava no Museu de Angra do Heroísmo, na abertura do Colóquio Internacional 'Detenção, Degredo e Deportação no Império Colonial Português'.
O titular da pasta da Cultura salientou, no entanto, que “o êxito maior ou menor” de um museu depende da capacidade do Governo e dos demais agentes em estabelecerem um "trabalho de parceria” com diferentes instituições e organismos, nomeadamente com os cidadãos, os municípios e as escolas, cabendo a estas últimas uma ação “extraordinária” de educação patrimonial.
Com o novo Regime Jurídico dos Museus dos Açores, que se segue à recente implantação do Eco-Museu do Corvo e à criação de uma unidade museológica em cada uma das ilhas do arquipélago, pretende-se, segundo Avelino Meneses, “a adoção de um novo regime de gestão” que permita a "redinamização” das instituições museológicas.
Avelino Meneses relembrou, a propósito, que o Governo dos Açores alterou recentemente os horários de funcionamento dos museus, que se encontram agora abertos ao fim de semana e encerram semanalmente ao mesmo dia, para “melhor corresponder aos anseios de muitos públicos com interesses culturais, mas também para melhor agir como poderoso recurso turístico do presente e do futuro”.
Na abertura deste colóquio internacional, uma parceria entre as universidades dos Açores e Nova de Lisboa, o Secretário Regional da Educação e Cultura vincou a importância dos Açores na história da globalização, desde o seu povoamento aos dias de hoje, numa “identidade bem complexa” que se carateriza “pela mundividência” que faz das ilhas “o centro do mundo” e, também, pelo “isolamento” que as torna “o fim do mundo”.