O Secretário Regional da Agricultura e Florestas afirmou, no Pico, que a sustentabilidade é um grande desafio para a vitivinicultura, enquanto fator de criação de emprego, de riqueza e de desenvolvimento económico, apontando um conjunto de objetivos estratégicos que devem ser concretizados nos próximos tempos.
“Um dos objetivos centrais será a salvaguarda da genuinidade e autenticidade dos vinhos dos Açores”, salientou João Ponte, que falava quarta-feira na assinatura de um protocolo entre a Direção Regional do Desenvolvimento Rural e a Comissão Vitivinícola Regional (CVR) dos Açores.
Este protocolo, assinado no Laboratório Regional de Enologia, constitui mais um contributo do Executivo com vista à defesa da autenticidade dos vinhos açorianos, através do reforço do controlo que será feito pela CVR Açores à rotulagem dos vinhos não certificados produzidos ou engarrafados nos Açores, referiu João Ponte.
A CVR Açores já detém funções de controlo da produção, do comércio e de certificação de produtos vinícolas com direito a DO (Denominação de Origem) ou IG (Indicação Geográfica).
O Secretário Regional considerou ainda que é fundamental assegurar previsibilidade às ajudas à manutenção da vinha, pagas anualmente aos produtores, alegando que as alterações introduzidas este ano no POSEI visam precisamente assegurar a continuidade desta ajuda.
“Face aos valores agora fixados, queremos que os produtores possam contar com eles no futuro”, disse João Ponte, acrescentando que a dotação orçamental da ajuda à manutenção da vinha foi reforçada em 50%, demonstrando a aposta estratégica do Governo Regional na vitivinicultura.
Outro dos objetivos apontados por João Ponte, que também reuniu no Pico com a Direção da Cooperativa Vitivinícola, atrair para esta ilha mais investidores para a transformação das uvas, dado o enorme potencial que existe neste momento em termos de produção de vinho, que ultrapassará nos próximos anos a capacidade de transformação instalada.
Desde 2014, já foram aprovados projetos no âmbito do VITIS num montante global de 21 milhões de euros, que permitiram reconverter e preservar cerca de 800 hectares de vinha nos Açores.
João Ponte apelou também ao envolvimento e à responsabilização de todos os agentes do setor, considerando que só assim se poderá continuar a desenvolver uma cultura secular, que tem registado nos últimos anos um grande desenvolvimento e notoriedade.
“Da parte do Governo Regional há disponibilidade para apoiar e ajudar os vinhos dos Açores a serem cada vez mais conhecidos, para que isso se traduza em maior valorização e sustentabilidade do setor”, frisou João Ponte.
“Todos temos de dar as mãos e estar focados no objetivo central, que são os vinhos dos Açores, e em trabalhar pelo sucesso do setor”, salientou o Secretário Regional.