O Secretário Regional da Agricultura e Florestas afirmou que a ilha de Santa Maria deve continuar a apostar no setor da carne, pelo grande potencial que tem para a produção de carne de bovino e pelos investimentos que têm sido feitos para desenvolver esta fileira.
“Desde logo, pela grande aposta que fez na melhoria contínua da genética dos seus animais, que hoje é visível e se tem traduzido numa valorização muito interessante do preço da carne dos animais vivos que são exportados de Santa Maria, mas também por aquilo que representa para a economia da ilha”, salientou João Ponte, que participou sábado numa reunião de produtores de carne de Santa Maria com a Atlanticoop – União de Cooperativas de Produtores dos Açores.
O titular da pasta da Agricultura referiu que o valor global da receita gerada na fileira da carne que anualmente entra na economia mariense está estimado em quatro milhões de euros.
Para João Ponte, há um conjunto de desafios, válidos para Santa Maria como para as restantes ilhas do arquipélago no setor da carne, que importa vencer, desde logo, consolidar junto dos consumidores a excelência das produções e apostar na valorização da imagem de Natureza.
“Por outro lado, é imperativo continuar a apostar na qualidade e aproveitar as oportunidades dos mercados e dos mercados emergentes, com a carne biológica e a carne de Identificação Geográfica Protegida (IGP)”, frisou, recordando que os investimentos que estão a ser feitos na rede de abate visam dotar a Região “de infraestruturas mais capazes e modernas, mas também possibilitar a criação de mais valor acrescentado à produção”.
Embora Santa Maria ainda exporte bovinos vivos, João Ponte precisou que há outras ilhas que se debatem com novos desafios, como o de passar da exportação de carcaças para carne embalada e em formato final de consumo, o que já acontece de forma muito residual.
“É preciso, também, continuar a estimular a organização da produção, aproximando-a o mais possível do mercado e reduzindo, assim, os segmentos na cadeira de valor. Isso, naturalmente, se traduzirá num maior rendimento para os produtores”, afirmou o Secretário Regional.
Outro desafio importante, segundo João Ponte, é continuar a aposta na produção de mais e melhores pastagens e forragens, e reforçar o abastecimento de água em Santa Maria.
João Ponte salientou ainda que, no Prémio ao Abate, no âmbito do POSEI 2018, foram feitas alterações significativas, com vista à melhoria da rentabilidade das explorações, tais como a isenção de rateio até 10 animais, no sentido de proteger as pequenas produções, e o prémio passar a ser pago em dois momentos - outubro de 2018 e abril de 2019 -, que considerou serem um sinal da aposta do Governo neste setor.