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Do papel à ação >> Diversificação da economia florestal >> Paisagem florestal multifuncional

A diversificação da economia florestal é garantida através de ações como a plantação de florestas e canteiros de caráter experimental, com novas: espécies, proveniências, produtos, planeamento, técnicas e conceitos; criando um rico e diversificado mosaico florestal. Esta paisagem florestal multifuncional mantém algumas áreas de clareira com prados e pastagens, e outras ocupações de solo como pomares de fruta entre as áreas de floresta plantada. Muito importante é também conciliar a produção com a conservação, existindo também zonas com a função quase exclusiva de proteção e conservação.

Na zona sul da bacia hidrográfica da Lagoa das Furnas foi plantada uma área com cerca de 19 hectares, de topografia muito irregular e de difícil manutenção como pastagem, com o objetivo primordial de demonstrar a produção em que dominam as folhosas nobres, alternativas complementares à predominante monocultura da criptoméria.

A totalidade do material vegetal plantado foi de origem certificada. Nos 5 primeiros talhões cada um inclui uma de três espécies principais - faia-europeia (Fagus sylvatica), carvalho-inglês (Quercus robur) ou bétula-ibérica (Betula pubescens) - misturada com cerca de 5% de teixos (Taxus baccata), para que não fosse descurada a estética dos povoamentos aquando da perda das folhas. Esta pequena diversidade teve um impacto considerável na habitabilidade de tais povoamentos florestais, atraindo uma fauna mais variada, particularmente a avifauna. As anteriores pastagens eram ocupadas por um número relativamente elevado de infestantes - sendo as silvas (Rubus spp.) e tabaqueiras (Solanum mauritianum) algumas das mais abundantes, pelo que foi necessário combatê-las e só depois removê-las por destroçamento com corta matos acoplado a trator, e com motorroçadoras nos sítios menos acessíveis.

Cada talhão alberga apenas uma espécie de produção principal conjugada com outras. Destas espécies principais esperam-se fustes bons e erectos, com poucas ramificações (reduzindo-se as imperfeições no lenho final, ou seja a existência de nós). O compasso de plantação inicial foi de dois por dois metros. No entanto, ao longo dos desbastes a gestão destes povoamentos irá remover árvores que não apresentem as caraterísticas desejáveis, promovendo também o surgimento de alguma flora nativa de folha perene, assim se demonstrando que conservação e produção podem coexistir no mesmo povoamento. Durante os desbastes foram abertos caminhos pedonais e equestres para melhor fruição das florestas, ampliando-se assim a sua multifuncionalidade.

Após uma primeira fase de instalação (três anos) algumas das iniciais sebes de silvados e hortênsias, que dividiam as diferentes parcelas, foram substituídas por espécies de flora autóctone. Ao longo dos caminhos de acesso levou-se a cabo o mesmo processo, a fim de renaturalizar o espaço, a plantação de milhares de Uva-da-serrra (mirtilo endémico) permitiram apelidar esta via de circulação de o trilho da Uva-da-serrra.

No campo da inovação de técnicas, para aumentar o sucesso da plantação e a qualidade do lenho obtido, reduzir as despesas de manutenção, e minimizar os prejuízos causados pela predação por coelhos e roedores, foram usados tubos protetores individuais com 90 cm de altura em 75% a 90% das árvores de cada um dos talhões. Três anos após a instalação, várias parcelas, apesar de plantadas com árvores de tamanho médio (cerca de 30 cm), já apresentavam exemplares com cerca de 3 m - um crescimento muito interessante associado a uma baixa taxa de mortalidade. Em alguns outros talhões foram criados pequenos bosquetes experimentais de plátano (Platanus hispanica), de laurissilva (diversas espécies nativas), de nogueira americana (Juglans nigra), de pau-branco (Picconia azorica), criptoméria (Cryptomeria japonica) e até de pomares.

Para produção de lenho as faias e carvalhos têm uma rotação média de sessenta anos, e as bétulas, de quarenta. No entanto, em vez do corte raso, está planeada a exploração destes povoamentos ajardinados com indivíduos em vários estados de crescimento e com uma exploração pé a pé, possibilitando deste modo a multifuncionalidade destas florestas e a duração de algumas árvores até aos duzentos anos, como ocorre em povoamentos no norte da Europa (close to nature silviculture). Outra forma de demonstrar a multifuncionalidade desta floresta passa pela inoculação dos talhões com fungos, criando micorrizas capazes de produzir cogumelos comestíveis de elevado valor comercial.

Este tipo de floresta e gestão contrasta fortemente com o atual modelo florestal de gestão dos povoamentos de criptoméria que devido à sua ecologia implicam o corte raso em extensas áreas, com os consequentes problemas ecológicos e estéticos que daí advêm. 

@ Fernando Guerra

Plantações na Bacia Hidrográfica das Furnas


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